JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Da série RASCUNHOS POÉTICOS: É bom querer coisas, mocinha...

Eu queria escrever como eu sonho, com as cores escolhidas e a leveza de não ter hora. E queria falar como eu penso, com fluidez de verdade e peso apenas de mentirinha. E queria amar como eu me projeto, sem os odores do ciúme e com a bênção da maturidade que também embebeda. Queria me lançar como eu planejo, rotas perfeitas sem choques contra o solo duro. (Apenas um minuto de silêncio)

Mas não costuma ser assim...

E queria, com o corpo todo, me amar como amo aquela que carrego na ilusão, sem remendos, sem consertos, sem indiscrições que não servem para coisa alguma. E queria saber me calar como eu o carinho, macio, suave, doce... E queria olhar como eu sinto, com todo o corpo, sem deixar escapar nem a menor nuance de verdade. E seria mais contente se me alegrasse como me dôo, com profunda certeza de que aquilo não há de passar nunca. E queria aprender como eu observo, com prazer descompromissado de saber que nada vai ser perdido. E queria ganhar como eu cuido, sem dúvidas de que é mesmo aquela minha sina.

Eu queria tantas coisas...

Se eu quisesse menos, talvez eu apenas desejasse querer mais! Na minha corrente circulam vontade e entusiasmo genuínos, placebo útil para combater a paúra irrecorrível do não saber para onde estou indo. Salto, giro, caio, levanto, pulo, sussuro, me estico. Reflito.

(...) Vida sem charadas é coisa pra poucos privilegiados doravante entediados...

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