JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Da série MENSAGEM NA GARRAFA: Ao silêncio do espelho

Ingerindo delicadezas a gente aprende a não ter muita sede ao pote.

Cruzar com cuidado a ponte que me liga a outro... Outro esse que é onde gosto de me aportar

(...)

Vontade de tomar esse tal às mordidas e talagadas, mas saber comer de colher é arte das mais refinadas. O problema é que as aulas de delicadeza foram sumariamente filadas por minha alma em fogo.

(Mais um longo silêncio, aprendido a duras penas por meu corpo todo...)

Poderia usar o Jardim para lhe deixar um recado, mandar um sinal de fumaça, dizer o que a boca não aciona, apontar o que o olho prefere não ver.

Mas sei que alguns passantes não viriam por aqui, nem que convidados.

No seu caso, prin.ci.pal.men.te se convidado. Porque nas artimanhas de ser-do-contra há reis e rainhas que me apavoram. Ele é um desses monarcas. Vindo da prateleira pelas quais me enamoro, justo por seus humores de rocha e sorrires de meio de lábio.

(...)

Ciúmes do outro é ruim. Mas ciúmes que sentem de mim ou perto de mim ou ao lado de mim ou em cima ou embaixo ou por dentro ou entorno é terrível.

Sou fiel ao meu querer, não é novidade. (Paráfrase desnecessária esta...). Mas costumo segurar firme nos pactos registrados com a marca do afeto. Tem sido quase sempre assim, até onde a vista alcança.

Assim, saibamos: sou mocinha boba, confusa, torpe, que só entende coisa dita com clareza. Agora sei me dar inteira, querer inteira e degluto bem isso de querer apenas uma coisa por vez. E queria tanto poder lhe explicar usando todos os gráficos e planilhas que me fossem úteis.

(...)

Por ora, vou lançando palavras ao invisível, correndo com os lobos e sorrindo com as marcas dos dias sobre minha pele. Porque sou, sim, feita de fogo e isso não é novidade para S. Ninguém.

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