JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Não há nada a esconder. Nada a dissimular, a mentir, a desmentir, a fingir que nunca existiu. Minha pele é fina demais para manter qualquer coisa não revelada debaixo dela. Basta olhar nos meus olhos e as respostas serão dadas, mesmo que a boca sequer faça menção de se abrir.

(...)

É complicado manter a realidade à distância. Neste jogo que eu nunca tinha jogado, desconheço as regras de falta e fartura e termino por perder a mão por excesso de clareza. 'De longe as palavras soam mais pesadas do que são', assim como na TV as pessoas parecem mais gordas do que na vida, deve ser quase do mesmo jeito... Eu não tenho como precisar isso, na verdade, mas eu sinto isso ao longe mesmo; e fico numa agonia que somente uma filha de Marte poderá compreender.

Acontece ainda que daqui a pouco o momento é outro e recomeçamos o ciclo mais longo de todos, esse ciclo que chamamos de 'ano'. Eu adoro os novos anos, porque eles apresentam sempre novidades quentinhas e numerosas para nos deleitarmos enquanto buscamos nossas construções pessoais. As minhas são TANTAS que canso somente por pensar nelas, mas essa agonia pré-realização é parte do que há de mais interessante em minha personalidade (e por conta disso aceitei fazer as pazes com ela...)

(...)

Hoje fui a um Oráculo e ele me revelou coisas que eu já sabia e, por conta disso, tudo me pareceu ainda mais importante. Porque não se tratavam de ideias a serem trabalhadas e sim ações concretas a serem lançadas no plano da realidade. É preciso agir por mim mesma; senti isso com clareza. Mas na agonia de sentires eu termino que meto os pés pelas mãos e acabo a me sentir como neste exato momento. E eis que eu queria estar em mais de um lugar ao mesmo tempo e essa vontade tão louca vai praquela gaveta das certeza irrealizáveis. Mas é isso... Fins de noite nem sempre são agradáveis para aqueles que desejam demais.

Ai... a cabeça vai mais veloz do que as palavras. Espero me libertar dela assim que possível for.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Da série ORAÇÕES: Reduzir a distância

Tomei um baque. Assim, há poucos minutos, por conta de uma notícia. O Tempo parecia querer me avisar que ele já tem o seu ritmo definido, que é necessário acompanhá-lo às vezes. Que ele é amigo, muito amigo, mas há os momentos em que ele não pode esperar. Que é preciso viver mais ligeiro, com mais presença, mirando menos o porvir e mais o passo do instante. E que, sim, é preciso agir agora, reduzindo a distância entre o pensamento e o gesto.

(Encontros recentes me sacolejaram o ânimo. Abriram umas janelas no fundo do cômodo, que pareciam já esquecidas. E crio então a oração íntima que diz: "Reduz o tamanho da estrada, Pensamento, porque não há tempo de percorrer tudo o que falta a pé", e a repito como um mantra que me purgará dos males e medos de todo dia).

Se o mundo não acabar, será esta a minha resolução do novo ano que se entregará a nós: reduzir a distância entre o querer e o realizar.

Vai bem, querido Hamilton. E desculpe o mal-jeito e a falta de generosidade mundana da mocinha aqui. Espero que possa me perdoar, sinceramente. E ficam os meus agradecimentos por sua gentil forma de me ensinar sobre as coisas.