JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Da série NOTÍCIAS LANÇADAS AO VENTO: Sunshine


O humor é, definitivamente, uma forma refinada da clássica inteligência. O resto é (pretensioso) silêncio. 
(...)
E tenho dito.

domingo, 21 de agosto de 2011

Talvez o monstruoso seja admitir que ele me embebeu de silêncio e roubou meu amor pelas palavras. Talvez seja isso, só isso: fortaleza que se desfez pelo discreto filete escorrendo por sua fundação. / E talvez eu tenha vergonha disso, de ser tão pouco, de ver tanta riqueza falida por um golpe tão simples.

Talvez eu quisesse que fosse uma imensa tragédia, dessas que fazem todos abrirem largamente a boca em sonoros 'Ohs' e tudo se finda na misericórdia diante do irrecorrível. / Talvez seja só orgulho, ego, pequeneza, transtorno, retorno, desleixo com a verdade. / Sim, talvez eu não queira tanto assim crescer e minha alma sinta reais ganas de se apequenar e entrar buraco do rato adentro.

Talvez eu comece a achar o mínimo espaço suficiente para mim.

(...)

Alguma coisa em mim calou e não sei mas como fazê-la dizer. Eu preciso ficar em silêncio, simplesmente preciso  e sei disso, como o velho curandeiro receita repouso sem explicar o porquê.

Da série MENSAGEM NA GARRAFA: Brasa nos pés

O desejo de me encontrar é tanto que sinto receio em escrever. Temo abrir a porta e sentir as palavras saírem em fúria, loucos ventos derrubando tudo o que havia de certeza até ontem, palavras preenchendo a tranquilidade dos dias. 
Sim. Eu sinto medo. 
Mas é tanto medo que não permite nem que eu fique em silêncio, nem que eu pare um segundo, nem que eu me lance sobre a lâmina. É medo tamanho que modifica a estrutura do corpo e é preciso mudar de posição de novo e de novo e de novo pra se ajustar a ele. 
Medo que é brasa nos pés, calo entre os dedos, afta no céu da boca, queimadura na pele, bolhas nas mãos.
Coisa que não se permite ignorar. Terror que GRITA - porque o silêncio é sua morte e isso ele não permite. Tem-se de modificar o olhar, alterar os cheiros, mudar a cor dos dias para mais claro ou verde ou opaco, depende do humor.
(...)
Ai. A vontade de dormir retorna e já não me lembro sequer onde fica o quarto de cortinas pesadas para meus olhos acalmarem. E desta vez, deste lado, não há tranquilizações ou cafunés ou histórias contadas para empurrar porta afora o eco da noite que por vezes dá paúra de verdade. Desta vez é jogo de menina-crescida e só há a mão direita pra a apertar a esquerda e vice versa. Sabe isso?
A brincadeira foi ficando mais séria e em algum momento deixou de ser divertida, ora pois. Eu não queria nada disso, talvez seja a mais simples verdade.
(...)
Eu não queria ceder às palavras, senhor, eu tinha te dito antes, não? 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Da série MENSAGENS PELO CAMINHO: Dicas para viajantes

Convivendo com pessoas diferentes, com pensamentos diferentes, estilos de vida diferentes, empregos diferentes eu tenho que me cuidar pra não entrar em parafuso.


Como eu escolhi viver, afinal, foi baseado em quê? Como decidi por essa vida? Eu não sou do tipo 'que é levado', definitivamente.


Cinco minutos de conversa deixam isso bem claro para qualquer um.


Mas aí, limpando meu computadorzinho não-super-powerful, organizando minhas coisas não-mega-hi, tirando meus sapatos não-super-fashions, eu me bati com esse gráfico que adoro:


E lembrei: eu escolhi esta vida porque eu POSSO ter esta vida. Diferente assim, arriscada assim, divertida assim, mais simples e honesta assim.


Isabela, me amo!


E tenho dito.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Da série GRANDES SEGREDOS DA HUMANIDADE: No, thanks

Em algum momento perdido no Tempo&Espaço eu aprendi a reconhecer quando o problema é comigo e quando é com o outro.

Eu de fato me esforço pra não levar pra casa o que não é meu. Se a maluquice/preconceito/babaquice/medo/baixa-estima é do outro, eu não pego pra mim não. "Muito obrigada, mesmo, mas não quero."

Se me perguntar se isso dá certo eu vou responder: 'quase sempre'. 
Se me perguntar como faz eu vou dizer: 'não faço ideia'.
Se me perguntar por onde começar eu direi: 'cuidando de você'.

Ninguém pode cuidar mais do outro do que de si. Isso começa por você. 'A máscara primeiro em você, e depois na criança', diz a sábia filosofia dos planos de emergência aéreos.

(...)

Em algum ponto importante do Tempo&Espaço eu entendi mais ou menos quem sou, o que eu posso, o que eu quero. O resto não é comigo não, na moral.

Circulando em terras estranhas é muito importante entender bem isso. Depois eu desenvolvo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tá tudo explodindo.
Do teto ao chão.
Cansa.
E isso é chato.
Eu estou com raiva de ter sentido tanto.
E isso é frustrante.
Mas vou admitir, assim que as coisas passarem, que eu nunca nem me importei tanto assim.
(Essa defesa do estado das coisas é mais uma defesa de minhas coisas.)
Vícios de conquistadores.
Eu nem quero mais essas coisas assim.
E isso já faz tempo, na verdade.
Eu queria ter sido a dona da palavra, talvez.
Simples assim.
Boa noite, Isabela