JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Como diminuir de tamanho? Há mesmo sentido em mudar de matéria, de cor, de tom para menos, se foi com tanto esforço que chegamos ao mais?
Ai, cansei de perguntar.
Eu silencio. Há de ser melhor, tenho certeza...
(...)
E, lembremos, a natureza da pesca e da caça são tão distintas. Volte àquele dia em que você entendeu a loucura do amar-se, mocinha. Volte, caminhe até ele se for necessário. Não enlouqueça de terror e cansaço. Caminhe...
E entenda: não adianta correr atrás do peixe ou aguardar calmamente a presa. São, sim, diferentes, inclusive nos sabores. Saber aguardar é coisa difícil, sim, eu entendi isso há tanto tempo, desde o primeiro grito ofegante querendo que a realidade fosse outra no instante seguinte.
Ela não será. Nem pelo mais poderoso dos feitiços, nem pelo mais vigoroso dos golpes. Ela é maior, mais ampla, mais forte e mais duradoura que os ganidos de mulher desesperada.
Corre pra cima se as paredes estiverem apertadas. Descola da pele pela velocidade do salto, se for preciso. Mas, por favor, não fique parada e sucumba às incertezas que você tem criado.
Corre, mulher. Corre!


‎"Saber aguardar é coisa difícil, sim, eu entendi isso há tanto tempo, desde o primeiro grito ofegante querendo que a realidade fosse outra no instante seguinte.
Ela não será. Nem pelo mais poderoso dos feitiços, nem pelo mais vigoroso dos golpes, nem pelo querer mais sutil. Ela é outra. E sempre será maior e mais ampla e mais forte e mais duradoura que os ganidos de mulher desesperada.
Corre pra cima se as paredes estiverem apertadas. Invade o solo. Descola da pele pela velocidade do salto se for preciso. Desafia os ossos. Parta-se em inúmeras. Não dilua-se no ar. Segura-se a sua matéria, segura firme e de mão cheia.
Só, por favor, não sucumba a incertezas residentes nos olhos. Não fique parada a esperar um fim.
(...)
Corre, mulher. Corre!"