JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Da série SONHOS DE SEMPRE: De se em se..

Se eu tivesse um bar chamaria Jardim dos Encontros.
Se eu tivesse uma filha chamaria Cecília ou Olívia.
Se tivesse um filho chamaria João. Ou Pedro.
Se eu tivesse um marido ele seria maior do que eu.
Se eu tivesse uma escolha eu escolheria bom senso.
Se eu tivesse uma lâmpada eu pediria tolerância, respeito e alguns bilhões.
Se eu tivesse muito dinheiro eu teria um projeto de educação profissional para crianças e jovens no interior.
Se eu pudesse decidir eu ganharia $8.000.
Se eu pudesse matar mataria os ladrões de sonhos.
Se eu tivesse uma revista ela seria sobre mulheres comuns.
Se eu tivesse tempo eu leria mais.
Se eu tivesse joelhos eu dançaria frevo.
Se eu pudesse mudar de profissão sem esforço eu seria médica e advogada e contorcionista.
Se eu tivesse alguém pra me sustentar eu já falaria 10 idiomas.
Se eu fosse me photoshopar eu me daria cintura.
Se eu pudesse escolher eu me faria focada.
Se eu pudesse doar eu doaria empolgação.
Se me deixassem voltar eu retornaria aos tempos de ballet.
Se eu fosse mais forte eu já teria partido.
Se eu fosse mais fraca eu já estaria dormindo o sono da rotina.
Se eu não acreditasse em mais nada eu ainda acreditaria no bom humor.
Se eu criasse um remédio seria contra HIV.
Se eu fosse um bicho eu seria um cavalo alado.
Se eu fosse uma deusa eu seria Perséfone.
Se eu fosse uma comida eu seria algo crocante.
Se eu fosse uma língua eu seria o italiano.
Se eu tivesse um dom eu queria cantar.
Se eu fosse uma fruta eu seria uma manga rosa.
Se eu tivesse chance eu seria amiga de Chico e Jorge.
Se ele estivesse por perto eu me apaixonaria por Marlon.
Se eu fosse uma outra pessoa eu seria Marilyn ou Meryl.
Se eu fosse um lugar eu seria Paris. 
Se eu pudesse criar eu criaria asas.
Se eu pudesse mudar eu mudaria a história da África.
Se eu fosse um provérbio eu seria 'Bambu que não enverga, parte'.

Enfim...

De 'se' por 'se', Paris caberia em um dedal. E tenho dito. 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Da série MENSAGEM NA GARRAFA: Segredos em caixas de viagem

Tenho anseios de encontros, reencontros, desencontros. Idas e vindas que beiram o lago. É sempre a mesma história: um lago, um sorriso calmo seu, meu deleite, um beijo que me tranquiliza e a partida. Mas não me ansiedo, porque é uma partida com retorno, é um adeus breve.
E não dói.

(...)

Eu poderia ser apenas sua se você quisesse. Inteira: corpo, mente, tempo, anseios, olhares, desejo. Eu desejaria desembarcar em ti, precipitar-me nesse seu porto. Porque você me olha, meu bem, e eu me tranquilizo. Eu fico submersa no seu ritmo, eu desacelero, eu respiro. E isso tudo é saúde, sabe?

Se me viro do avesso, é apenas por hábito antigo, mas até por dentro eu somente lhe sorrio. E me aquieto.

(...)

(...)

Tenho anseios de novos encontros, de múltiplos encontros, de reencontros, de permanências. Mas como pedir ao outro o que o outro não tem para nos dar? Os quereres são tão diversos que só me resta abraçar umas parcas lembranças e me alegrar porque elas ainda persistem. E eu já morri e renasci e morri e renasci de outra forma tantas e tantas vezes que nem suponho imaginar que esta seria a última. A cada morte a dor é, sim, para um eterno sempre a durar somente até o próximo encontro.

(...)

Ei, antes de partir saiba: eu me apaixonei primeiro por sua voz. 

Considere isso, meu bem...

E, por gentileza, deixe um pouco dela comigo, que eu te devolvo no nosso próximo cais.


sábado, 4 de maio de 2013

Da série SALTOS NO TEMPO: Motocontínuo

A vida é organizada em ciclos, já sabemos. Mas tem retornos que pressupomos que não vão acontecer, porque estão amarrados ao Tempo e ele, até onde sei, é fluxo contínuo e único. Sempre em frente, sempre em frente...

O fato é que estou retomando a pontos chave de uma construção pessoal; problemas antigos em contextos novos, então nem mesmo a chance de já ter soluções possíveis para a situação eu pareço ter.

Não estou reclamando, porque a confusão é toda aqui por dentro mesmo. Mas que me cansa determinados reencontros com coisas que pareciam definitivamente resolvidas, ah... isso cansa.