JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Da série GRANDES QUESTÕES DA HUMANIDADE: Ser-se quem se é

Eu acho tão bonito gente que come pouco.
Acho bonito gente que fala baixo,
bonito gente magra,
acho lindo cabelos lisos, muito pretos e muito pesados,
acho lindo gente tranquila, que escuta todo mundo e sorri sempre,
e gosto de verdade pessoas que amam a tranquilidade da rotina.
É lindo também gente calma, que não xinga nem se descabela,
admiro quem aprendeu cedo a ficar em silêncio,
e adoro cores leves na voz, sutileza, doçura.
Adoro mesmo, mesmo, mesmo.
Mas meu lado feminino é tão masculino, tão pragmático, tão pouco sutil. Eu tenho a mão pesada, ora bolas, porque em algum lugar troquei precisão por intensidade.
E, isso não é segredo: eu posso ser muito, muito violenta. Acima do correto, acima do aceitável, acima do juridicamente inofensivo.
Eu costumo me perguntar onde eu aprendi essa violência toda. Movimento que parte, que rasga, que rompe. Me acarinho porque, graças a muitos esforços diários, eu a tenho canalizado para construir alguma coisa de positiva. Mas eu tenho medo disso que habita aqui, sinceramente.
Não tem sido simples nesses tempos de chuva. Uma pessoa mais cínica, mais provocativa, mais alheia ao meu bem-estar pode abrir uma caixinha de todas as mazelas de uma alminha aquebrantada que estão guardadas aqui. Logo eu, que posso ser tão vingativa. Ridiculamente, novelisticamente, pacientemente vinagativa...
Minha alma está se curando, está se reconfigurando, está exercitando os perdões.
Por favor, do not disturb.
Por favor, não bata à minha porta, não me chame para um conflitinho à toa só por capricho. Não chame, não chame. Porque tem dias que a gente pesa a mão e tudo vira pó no entorno.
(...)
Nos dias de tensão demais, como ontem, eu me entendo uma boa mulher porque tenho domado os impulsos mais pavorosos e colocado produtividade saudável no lugar deles. Mas meu corpo tem me punido, já disse, e eu simplesmente emano tanta energia retida que quebro coisas. Destruo coisas físicas, literamente: portas, aparelhos eletrônicos, meu carro, louças; ao meu toque é comum as coisas cederem à pressão e se partirem. E eu tenho aprendido a conviver inclusive com isso.
Logo eu que acho tão bonitas as pessoas que não dessarrumam nada por onde passam...
(...)
Já que muitas coisas se somaram nesses dias, era bom eu avisar ao universo a tempo de ele me ajudar: não quero ter que conviver com a vaidade de mais ninguém que caiu de para-quedas em minha existência.
Mande essas pessoas embora, por favor. Com seus semi-sorrisos, com seu cinismo, com sua competição, com seu beleza pré-editada.
Eu quero que a violência me abandone um pouco, e para isso eu preciso de sua ajuda, senhor.
E pra moça eu digo: vá embora, aqui em minha casa não há nada pra você levar.
É o que eu tenho pra hoje.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Eu não sei muito bem o que estou fazendo comigo não; mas consigo entender que é alguma coisa muito poderosa em termos de mudança.


Já vi esse filme antes. É jogo de gente grande mesmo.


Isabela-growing MODE ON.


Agora vou ali dormir no chão para ver até onde a minha veia fransiscana se sustenta. E bjo-Band!

domingo, 24 de julho de 2011

Da série MENSAGEM NA GARRAFA: Juramento

Pelo que se foi, eu te prometo: não irei mais ameaçar o silêncio.
(...)
E obrigada por ter me dado a chance de consertar isso a tempo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Da série SUSPIROS E SORRISOS: Prece de gratidão

Pois pense em uma pessoa leve!
(...)
Agradecendo em silêncio pela minha capacidade de ter amor pelas pessoas.
Obrigada Cosmos, mesmo e sempre, por estar cercada de amor de verdade.
Um alívio que não tem nem como medir. Ufa...

sábado, 16 de julho de 2011

Da série SEGREDOS E SUSSURROS: Rotas de navegação

Por que eu me imponho tantos desafios se eu sei que sinto medo? E eu temo tantas coisas. Eu tenho medo de quebrar os dentes, de ficar só, de baratas, de mentiras internas, de enlouquecer, de engordar, de não entender, de entender mais do que todo mundo, de ficar doente demais e não poder me cuidar. É; sobretudo de não saber cuidar bem de mim. 
Eu sinto muito medo, muito medo de me abandonar...
Ai, como eu alimento lugares duros de enfrentar. E como eu me lanço justamente nos lugares mais nebulosos e mais difíceis para esta alminha aquebrantada aqui.
(...)
Então, por que eu faço isso? Porque tanta sanha de caminhar por onde não conheço? Por quê?
São todos os desafios que meus braços alcançam, sempre e toda vez. Escolho cada um deles. Cada sugestão de suores, cicatrizes, superação, tudo isso me atrai como um felino diante de sangue fresco. (Saudações póstumas aos meus ancestrais desbravadores, que nem mesmo diante dos oceanos desconhecidos sugerindo a beira do mundo e uma queda infinita, temeram a imensidão do desafio de se reconhecerem num universo inexplorado.)
Me forjei a ferro quente, e amo os cortes profundos porque suas marcas servem de lembrete de minha força. Guerreira em algum lugar, sim, mas aprisionada em sonhos menores do que uma casa de bonecas branca e rosa.
O que temer então, se não me amedronta nem a perspectiva de perder partes do que sou?
Eu sou viciada em me superar, em me desfazer e recriar. Continuidade não é o meu forte, só se for na insistência da necessidade do salto. Moto-contínuo de testes, loopings, quedas, lançamentos, exaustões. Não aprendi a ficar em um só lugar e tampouco prestei atenção às lições de vôo. Minhas cartas de navegação são somente coisas coloridas, retas embaralhadas de expectativas e desejo. Estrela que reflete o mar que reflete a estrela. Me perder na escrita e na ação.
Quantas vezes a gente também não se comporta como coelhos, pegando caminhos que nos levam a lugar nenhum apenas por dar ouvidos demais à gente que está do lado de fora do nosso jogo?
O que eu quero afinal? O que temer, enfim? E, diabos!, para onde estou indo com esta certeza quase febril? Aonde?
Talvez mais do que a nova morte, eu tema a perspectiva de me perder de mim mesma. Talvez seja isso que vem gerando tanta e tanta água em meus pensamentos...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Da série LEMBRANÇAS PODEROSAS: Arrumações internas

Remexendo meus arquivos de coisas sobre Fragmentos, por ocasião da apresentação de meu solo Cartografia de um Relevo Interno na faculdade de Teatro da UFS (SE), eu cheguei a este poeminha, enviado por um amigo amado como resposta à pergunta que martelava minha cabeça na época da montagem: o que é essencial levar em uma viagem de auto-conhecimento.

E, Fabão, meu conhecedor de longa data, que já me viu em tantas e tantas formatações, lançou mão de sua singeleza toda.

(...)

Em tempos de dolorosas mudanças, de abandonos forçados e de peito em espiral louca, essas palavras me pareceram tão atuais de novo...


Presentes para uma viagem

Deixar o que se é pra deixar
Levar o que se é pra levar. Dispensar o inútil e guardar o necessário. 
Afinal de contas é preciso que não falte mas é fundamental ter espaço para o que vem. Quero comigo uma bagagem que possa carregar sem sofrimento. 
Quero agilidade para me movimentar. Quero leveza.

Isso, amigo. Para meu bem, preciso de toda leveza que eu puder suportar agora.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ai, que a única coisa que meu corpo diz é palpitação, intranquilidade, loucura, demência, saudade, necessidade, vontade, querência, transtorno, vazio, angústia...


Ai, que serão dias difíceis.


Ai, que eu quero que essa tristeza nunca tivesse existido.


Ai, que eu queria que os tempos de subida voltassem agorinha mesmo.


Ai, que se nada desse certo, eu queria ir dormir e quando acordasse tivesse passado.


Ai... tá doendo! Merda, tá doendo muito. Passa, passa, passa, desespero.

domingo, 3 de julho de 2011

DA SÉRIE CONFISSÃO E LOUCURA: Queda em parafuso

Depois de um ano e meio de muito crescimento, conflitos e um querer que ainda me engole, abandono agora o lugar que vínhamos tentando construir.


O que dizer?


(...)


(...)


Só ficaram lágrimas por enquanto. Simples assim, doloroso assim, desnorteador assim. Porque eu amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo.... e queria que fosse tudo de um outro jeito. Mas...


Merda pra nós!