JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

domingo, 4 de julho de 2010

Da série GINCANAS DIÁRIAS: Fazendo cooper com Cronos

Este é um ano de conversas com o Tempo, eu sei. Revelado seu maior segredo, o ilustre senhor me chamou então para um jogo de regras complicadíssimas no qual aceitei entrar mais por educação do que por qualquer outra coisa. Que coisa doída! Meio tateando, meio ouvindo as vaias da arquibancada, vim perdendo pontos, errando as jogadas, furando regras e procurando novas táticas até dia desses com pouco êxito. Quando então, já derrotada pelo meu próprio cansaço, o corpo pediu arrego e me vi de cama pensando que iria daquela pra melhor no momento seguinte.

(...)

Fato é que não fui pra lugar nenhum - como podemos denotar do fato de eu estar aqui escrevendo este post - e levantei dos dias de molho com a força dos renascidos no instante anterior. E mudei a forma de jogar, tentando ter prazer nesse suadouro danado que meu amigo estava propondo desde a virada de 1° de janeiro. E esse relaxar me devolveu a leveza e o foco, e as coisas voltaram a caminhar como eu gosto.

Vale destacar: em meio às duras tarefas da gincana de Cronos, eis que apareceu um participante para terminar de desafiar minha capacidade de organização. Sim, ele tem razão de dizer que muitas coisas poderiam estar sendo feitas nos tantos minutos que prefiro ficar a seu lado, mas isso não me chateia. O prazer dos minutos desperdiçados com carinhos e contemplação fazem os restantes mais fortes e valiosos. Estar assim é bom, com recheios de espuma delicada que amacia até o mais duro dos pensamentos. Com ombros mais baixos, voz mais doce, cabeça com asas... Estar assim é coisa que não se 'escolhe' e sim se 'permite' acontecer. Abrir canais, ativar ouvidos, olhar no ho.ri.zon.te, atenção ao presente e, veja só, um dia essa delícia de condição termina por se instalar. E aí não há mais de se lutar contra ela. Porque às vezes, é verdade, temos vontade de estarmos diferentes, mais bélicos e práticos; compreender que não há opção ao sentir é o melhor caminho para saborear cada um dos suspiros que o peito insiste em gerar.

É já metade do ano que deixamos na estrada de 2010; restam ainda uns cento e tantos dias que não saberia precisar pela matemática das aulas, mas compreendo claramente quando substituo a álgebra pela intuição, sem nem ter que recorrer aos dedos para saber que ainda há muito caminho pela frente. Muito suor. Muitas jogadas. Muita, muita, mas muita coisa mesmo. E cabe aos de bom espírito e cabeça sã fazer valer os próximos momentos dessa gincana que não tem fim.

(...)

E, dando eco aos sábios, repito: vamo que vamo!

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