JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Da série REEDIÇÕES: Alminha azul

Esse texto eu escrevi há um tempo, e de fato gosto muito dele. Está no antigo endereço do meu blog, ao lado de tantos outros que vou reeditar aqui, sempre refletindo um pouquinho sobre a pessoa que eu era quando eu escrevi isso. É uma proposição completamente auto-centrada, movida pelo interesse de resgatar alguns escritos que ficaram meio esquecidos e de fazer uma espécie de auto-análise muito mais barata e poética do que pagar um bom terapeuta.

Para dar um charme o texto de hoje tem ilustração e tudo, by Carol Feitosa, que seria minha parceira em um projeto virtual que nunca foi pra frente.

É isso. Se não gostou da nova série deste blog clique aqui e faça sua reclamação.

 -------------------------------------------------------------------------------

23/09/2008


Da série MENSAGEM DA GARRAFA: Esse pônei não sou eu


Tirei minha alma pra lavar. Vícios de limpeza poética daqueles que descendem dos índios. Do tamanho de um vestidinho azul, como os das meninas que sabem falar como adultas mas preferem mesmo observar o trânsito das nuvens. Estendida no cabide achei que tanta vontade não caberia ali dentro. "Esta alma não é minha", cochichou a moça açucarada ao rapaz que ela escolheu para olhar nos olhos.


Quantas vezes vou precisar chegar até a porta dos meus desejos para conseguir alçar o vôo que minhas asas anseiam? Por que gastar tanta loucura para construir um chão sob os pés? Não bastava ter sapatos de Doroty e encontrar um lar onde pudesse deitar meu pensamento? Não há lugar melhor do que o nosso lá, que dobra a curva da face risonha e descobre que por trás das montanhas moram os verdadeiros sonhos multicores. Ela tentou se lançar do alto do abismo, mas o seu espírito era tão comprido que bastava se esticar para tocar os pés lá embaixo.


Salto sobre as poças para não precisar mergulhar em uma xícara de boldo, como meu lindo amigo que abriga um passarinho no ombro gosta às vezes de fazer. Me afogar em mim mesma soa tão dramático que rio com a trilha sonora latina que escapa pelos meus poros.


Rir de si mesmo: o charme do mundo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário