JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Da série CONFISSÕES E SUSSURROS: Para o alto e avante!

Lendo o blog de uma moça que não enxerga nem metade da capacidade que tem e prefere ficar se lamuriando da vida (atenção, amigas! Sem conotar, hein?! Se por acaso teimar em pensar que se trata de você, me pergunte ao invés de ficar pensando um monte de m*, all right?) eu me perguntei porque eu caminho com tão mais firmeza do que ela. Na prática, minha vida não é melhor que a dela em nada. Mas eu insisto em sorrir e ela em resmungar. Por quê?

Mas antes, um preâmbulo: costumo ler o blog de determinadas pessoas, conhecidas e desconhecidas, onde o tom do derrotismo impera. E sempre me pergunto: por que eu faço isso?

Respostas possíveis:
  1. Porque preciso me sentir melhor que o outro (me arrepio só de pensar que pode ser isso, de tanto que odeio esta alterntiva. Mas também tenho que trabalhar com a possibilidade de ser isso mesmo...);
  2. Porque gosto de gente, e poucas vezes como nos blogs as pessoas mostram tão desavergonhadamente suas entranhas;
  3. Porque eu me ponho na situação e isso serve para eu resolver uma questão similar da minha própria vida;
  4. Porque eu gosto da miséria dos outros (hum.... isso não acho que seja não. Horror disso!);
  5. Porque eu não tenho P.N. melhor para fazer (mentira.... minha orientadora que o diga..rs)
Entonces, o fato é que eu sempre procuro ler esses tais blogs. E eu, mocinha louca-ansiosa-estressada-ciumenta-insegura-confusa que sou, sempre repreendo intimamente tais autores. Não pelo conteúdo, mas pelo tom.

Me dá uma angústia tremenda gente que sente pena de si mesma. Mas, mais ainda, tenho pavor de gente que acha que a vida não vai dar certo. Que droga!, se for para pensar assim, sai logo de cena, gata! Mas se é pra lutar, lute com entusiasmo, pelo menos, porque é o que nos resta.

Eu costumo dizer que sou uma trágica otimista. Eu sempre tenho CERTEZA de que tudo vai dar errado, que vai ser uma merda, que vai acontecer uma catástrofe, que eu vou errar, que o mundo vai explodir e que eu sequer vou morrer e vou viver na Terra devastada sozinha e sem ninguém. (Dramááááááática). Mas, juro, eu sempre penso que vai dar tudo errado se eu for por onde eu escolhi ir. E que vai dar tudo igualmente errado se eu for por onde eu NÃO escolhi ir - senão eu tinha escolhido ir por ali (veja só o grau de maluquice da pessoa...rs). Penso esse tanto de merda pelo simples fato de achar que eu não sei fazer escolhas e que eu sou uma louca desvairada se atirando no escuro dia-a-dia.

(...)

Pois bem; apesar do pânico que me acomete de-com-força todos os dias em que acordo, eu sei bem que a tal da Vida é mocinha faceira casada em união de bens com S. Movimento. E que é preciso seguir em frente, sempre e todo dia. Então eu vou. E de peito aberto e fronte levantada, para enxergar bem o porvir (e para pelo menos pa-re-cer segura do caminho).

Mas, Isabela, e o pavor de tomar o caminho, onde é que fica?

Aí então é que aplico meu ultra-mega-super-secreto segredo diário de existência. Eu pego a minha bela corda chamada Entusiasmo e as correntes chamadas Otimismo e amarro com força o tal do Medo-de-viver. Não que eu saiba mil truques e nós de marinheiro imbatíveis, mas faço um emaranhado doido lá que pelo menos atrasa o bicho e dá tempo de eu pegar a reta. Simples assim.

Deixando de lado as metáforas lúdico-vagabundas, friso: a vída é complicada sim, dá medo, sim; dá cansaço, sim; eu.preferia.fazer.outra.coisa.de.vez.em.quando, sim. Mas é o que temos, ora bolas! Entonces, seguir em frente é inerente ao estar-se aqui. E, mesmo SABENDO que tudo pode dar errado sempre podemos TORCER para tudo dar muito do certo. Assim, meio Poliana mesmo, por que não?!

Aí, volto à pergunta inicial: por que eu caminho com tão mais firmeza? E me vem algumas respostas, sem certeza de nenhuma: porque gosto do exercício que o caminhar me proporciona; porque eu fico prestando atenção na estrada e esqueço da seriedade de se estar aqui; porque eu no fundo acho que pode ser divertido; porque eu não tenho P.N. melhor para fazer do que viver minha vida com vontade e furor.

Afinal de contas, a outra opção não parece tão mais interessante assim, né?!

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