JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Da série PEQUENAS AÇÕES CONCRETAS: Racismo na Farmácia Santana

Conforme carta aberta que compartilhei ontem em meu facebook, uma amiga minha muito querida foi vítima de uma horrível situação de racismo na Farmácia Santana da Graça. Basicamente, após ela entrar na loja e sair sem comprar nada, o segurança a seguiu por cerca de 1/2 quilômetro e a mandou abrir a bolsa, porque supostamente ela teria roubado algo na loja. Obviamente ela não tinha pegado coisa alguma, e o cara justificou a sua desconfiança com o fato de ela ser 'de cor' (!!!). Ela, mesmo assustada, deu queixa na loja com a gerência, no Ministério Público e abriu um processo que acaba de ser arquivado porque a Santana deu um fim no sujeito.

Simples assim.

(...)

O que eu, você, minha mãe, sua prima, professores e cunhados podem fazer diante disso?

Não comprar mais nessa empresa, a não ser que você considere justo uma cidadã correta ser acusada de forma tão leviana, ameaçando não apenas sua tranquilidade como sua própria segurança. Porque, de fato, nada 'pior' ocorreu, porque ela simplesmente não tinha nada na bolsa que tivesse sido comprado na referida farmácia. Mas, e se tivesse? Seria presa, provalvemente, simplesmente pela combinação de fatores racismo + omissão + falta de treinamento. 

Eu, assim como não quero direta ou indiretamente colaborar para a exploração de escravos lá em Sergipe pela empresa Maratá (leia aqui para entender), nem de crianças pela tal da Nike (mãos de criança, mesmo escravas, são melhores para costurar seu tênis, bolas e chuteiras!!!), também não posso dar lucro para uma empresa que vai na contramão de tudo que eu acredito. Porque é o que eu, consumidora, posso fazer de mais simples e, acredite, e-fe-ti-vo. Porque é sim, muito efetivo! Essa é a lei de mercado: ou você vende, ou você quebra. Se você compra de uma empresa, ela cresce ajudada pela sua grana. Tem mil e uma farmácias concorrentes por aí e não quero que uma empresa que não apenas compactua com formas de pensamento excludentes (a gerente hoje simplesmente mente dizendo que nunca aconteceu essa situação...) e muito, muito perigosas para os cidadãos que não 'se adequam' a um suposto modelo. Eu posso até estar mais ou menos dentro do 'modelo' para alguns olhos, mas me recuso a basear minha convivência com meus pares em privilégios de raça/gênero/condição social/insira.aqui.o.seu.critério.de.exclusão.

É isso. Assim como você não almoça McDonalds todos os dias (pelo menos eu espero que vc não faça isso... rs) porque sabe que faz mal pro seu organismo, nem rouba coisas no mercado porque sabe que são de uma outra pessoa que não você, ou, por fim, não toca fogo em mendigos porque acredita que eles sejam inferiores, eu apelo aqui para sua boa consciência para fazer a sua parte em não perpetuar essa merda de desiguldade de condições que mina nossa paz nos mais diversos níveis.

Deixar passar essa chance, ainda que muito pontual, de reduzir as diferenças de tratamento entre nossos pares é esquecer que tudo não passa de uma grande cadeia, onde uma coisa influencia a outra, terminando por transformar nossas omissões cotidianas em nosso mais ferrenho algoz alguns passos a frente.

Para saber mais! http://umabadapracadadia2.zip.net/arch2011-02-06_2011-02-12.html#2011_02-07_20_14_43-135954919-0

Divulgue! E escolha uma outra farmácia mais confiável para depositar seu rico dinheirinho, que não a Farmácia Santana.

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