Minha vida tem sido uma malhação diária dos nervos do auto-controle, otimismo e paciência. Me sinto, desde o começo do ano, caminhando em um pesado charco, não muito fundo e pouco ameaçador, mas que cansa as pernas com a quase solidez de sua composição.
Lama, barro, terra, lodo... até os joelhos, onde sigo lutando contra a densidade da matéria que me toma da cintura para baixo. Não tem como pedir ajuda a alguém e me entregar a cuidados de outrem, porque é mesmo comigo a coisa, isso já entendi. Então tem que ter força-na-peruca, ainda que cafunés e dengos sejam, como de costume, reanimodores dos mais bem-vindos.
O fogo é não poder parar... Desistir não é idéia das mais reluzentes, posto que sequer tenho algo sólido para pousar meu ilustre derrière. (Como no Sol, não há solo aqui embaixo). Sob mim apenas densidade e necessidade de se seguir.
O curioso é que eu vejo, com clareza e proximidade, os campos sequinhos e coloridos nos quais poderei caminhar se tiver paciência e resiliência* para continuar no caminho, mesmo que desafiador e entediante até o talo!
E, poxa vida Destino, dá uma amaciada aí na mão! Pelo menos, por piedade, suspenda o envio de novos desafios por uns (longos) tempos. Porque corrida-de-velocidade-sozinha-na-lama-com-peso-e-obstáculos é uma modalidade tão extenunante que não caberia nem nos Jogos Olímpicos Antigos.
E, exausta, repito: vamo que vamo!
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*Resiliência: [Do ingl. resilience.] Substantivo feminino
1.Fís. Propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica.
2.Fig. Resistência ao choque.
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