JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

domingo, 9 de maio de 2010

Da RASCUNHOS POÉTICOS: Poesia barata

Caminhando por entre metáforas. Tropeço em pedaços de coisas que não fazem mais sentido, largadas pelos cantos por eu não saber bem que fim lhes dar. Pensamento embaraçado. Cabelo que cresce como grama, alimentado pelo calor das idéias que giram em moto-contínuo. Parei a minha Roda da Fortuna e agora anda difícil vencer a sua inércia. (As aulas de Física atentamente acompanhadas tornaram meu vocabulário uma miscelânia bizarra, de amperagem elevada em formas termo-dinâmicas).

(...)

Ando procurando o botãozinho de 'reset', mas essa coisa em que me lançaram não veio com esse adicional de segurança.

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Ontem eu vi uma cena pós-acidente e a única coisa que me entretia era entender o movimento pré-impacto. Louca, exausta, sozinha do lado de dentro, inquieta, cuidada do lado de fora, zarolha, vesga, inquieta: posso estar como estiver, mas minha cabeça não pára de calcular as medidas do mundo.

(...)

Curioso que 'viver' não seja verbo reflexivo na língua francesa. Eu sempre quero usar o 'être' para as coisas que já passaram. Resistência em 'ter' ao invés de 'ser' a me confundir as pernas e cansar meus joelhos que suportam a minha eterna corrida maluca para LugarNenhum - ou para as TerrasDesconhecidasDoVãoDoMeuPensamento. O que na prática dá no mesmo...

Ah! Depois do inglês vou aprender alemão, só para brincar de criar palavras xifópagas que, de tão grandes, consigam abraçar o continente. A vida também é composta de inutilidades, darling....

(...)

Olho para cima, pros lados e para frente, como a menina-bem-educada que aprendeu a atravessar a rua sozinha desde cedo. Problema é quando a distração com o caminho me faz sempre dar meia-volta e oferecer o corpo para o choque seco contra o carro. ..............................................................TUM! Silêncio, suspiro, sonhar: sequência de sibilos que não passam de poesia barata de canto de boca.

As palavras jorram como os minutos. Para onde vão eu não me importo em perguntar. Minha cabeça gera apenas suores e metáforas bobas a se acumularem no chão e, como no começo, vão me fazer tropeçar logo ali adiante.

(...)

Ah! A quem interessar possa: acho um saco isso de esquecer a gaveta onde guardei minhas certezas.

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