Peguei umas manias bestas de dormir em cima do computador, assistir séries de policiais sem parar, de abraçar o celular pra dormir mais 10 minutinhos e perder a hora, de enrolar-me nos compromissos, de procrastinar e, agora, de travar os dentes.
E nem vou comentar sobre meus hábitos alimentares e meus completos NÃO-hábitos de exercício.
(...)
Afff. Quero brincar de ser outra, até pelo menos formatarmos esta aqui.
sábado, 26 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
Da série REFLEXÕES PRUM (MEU) MUNDO NOVO: BBMP X Intelectuais de FB
Por mim, cada um se interessa pelo que quiser. Sou irmã de dois nerds típicos, desses que jamais jogaram futebol na vida e faziam intermináveis reuniões de RPG lá em casa. Na minha família era eu quem jogava futebol (até de campeonato participei e vivia roxa de me engalfinhar com os moleques do prédio), eu que dancei pagode, eu que liderei turmas de gincana, eu que AMAVA praia&piscina. Fui taxada de burra e inculta e desinteressada pela boa cultura e blábláblá na minha própria casa, e já me doí um monte por isso. Mas fazia ballet, ouvia boas músicas, li muito mais do que a média, mandava muito bem na escola e adorava conversa com adultos. Então não é de se surpreender que eu tenha sido taxada de CDF e chata na escola e no prédio. Aí, óbvio, me doía bastante.
(...)
Mas os anos passaram e eu simplesmente aprendi a tocar o 'foda-se' por completo. De fato NÃO ME IMPORTA o que o outro quer fazer ou como quer conduzir seus interesses, desde que não se intrometa nos meus. Sério mesmo. E sou uma boa ouvinte daqueles que querem conversar sobre futebol, sobre moda ou sobre Nietzsche, porque sei que no final das contas aquela pessoa vai embora assim que o papo acabar e, mesmo que esteja chato, eu posso aprender alguma coisinha com o outro.
Ouvir a cidade inteira berrando enlouquecidamente à minha volta por causa do BAxVI só me incomoda porque eu tenho um pouco de medo de rojão. E o povo adora segurar a latinha com uma mão e soltar rojão com a outra então eu sempre sinto que numa hora vai dar merda. Afora isso, mesmo conhecendo todos os efeitos nefastos que a alienação de um povo pode causar no caminhar de uma sociedade, não consigo associar simplesmente essa paixão louca pelos times de futebol à uma postura burra diante do mundo. Na real, eu mesma gosto demais de futebol, mesmo não tendo oficialmente um time. Ir a um estádio é uma daquelas experiências que me emocionam imensamente, porque enxergo ali um tipo de comportamento de grupo que não pode ser visto em muitas outras situações de maneira segura.
Lendo o Facebook, é sim meio chato 49% postando BBMP! e outros 49% dando força ao Vitória num discurso retotônico. Mas, pra mim, insuportável mesmo são os 2% restantes reclamando que nem uns intelectualóides neuróticos porque os outros gostam tanto assim de futebol. Deixa a galera lá, minha gente, na moral mesmo. Se você se ressente porque as pessoas aplicam a energia delas com algo que não traz nada de positivo para sociedade, guarde sua indignação para o momento em que tivermos algo de positivo a ser feito e para FAZER, nem que seja motivar o outro a se importar com o coletivo.
Eu me assusto um pouco com esse furdunço, sim, mas porque eu me sinto uma falsa moça séria e profunda quando eu noto que me empolgo com coisas tão diferentes. Semana passada, por exemplo, era eu quem estava esfuziante, mas porque o Sarkozy tinha perdido a presidência da França. Chorei de emoção assistindo à votação da união civil igualitária pelo Supremo Tribunal Federal e sou capaz de acabar com a noite de todo mundo discursando pesadamente sobre péssimo curso que a nossa política cultural está tomando nas mãos da incompetente Ana de Hollanda. Minhas paixões são outras e posso ser tão sanguínea ou sem noção quanto o meu vizinho que passa buzinando e berrando Baêa!!!!
O que me dá cansaço é quando as pessoas supõem que paixões como as minhas me fazem superior aos outros seres humanos por envolverem política, cultura, direitos humanos ou algo que o valha. A minha paixão pode ser tão inócua para a melhoria do entorno quanto eu sacudir ensandecidamente o bandeirão na janela como fazia o meu ex-namorado, se eu não levar isso adiante. Uma bandeira hasteada não muda o mundo de ninguém, pouco importando qual a insígnia impressa nela.
Seriedade é essencial para fazer algo importante da vida. Mas um pouco de alegria boba nunca fez mal a ninguém...
Assinar:
Postagens (Atom)