JARDIM DOS ENCONTROS
Lugar de encontrar palavras, devaneios, imagens e sonhos plantados a esmo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Da série MENSAGEM NA GARRAFA: Alerta Vermelho

Definitivamente, eu me perdi.

Preciso de ajuda.

Rápido!

(...)

Alguém?...

domingo, 3 de outubro de 2010

Da série PRONTO, FALEI!: Sonhos de hibernação

Quem me conhece já viu esse movimento... Desânimo e vontade de sentar. Transe causado pelas dúvidas. Desejo de colocar a casa abaixo. Ânsia de me deter. Suspender. Parar. Desfalecer.

Ano a ano, uma coisa - que ainda não sou capaz de identificar - traz uma carroça de ansiedades e larga na minha porta. Não importa o quanto eu mude de endereço; uma hora ela me encontra. E me vejo sozinha absolutamente desesperada, porque só eu posso dar conta do que me é entregue. São minhas dores; sem possibilidade de postulação a outros.

Enfim... segui esse roteiro tantas vezes na vida que já intuo os frames seguintes: medo, prostração, desespero, derretimento sincero por várias portas, cansaço, pausa, suspensão longa, renascimento.

Porque, o único alívio é saber que eu SEMPRE renasço.

(Vícios de uma Fênix)

Vontade de girar na maior velocidade possível. Braços abertos derrubando o entorno. Me livrar de tudo o que perdeu o sentido. Riscar os fósforos que ainda me restam. E pôr tudo, absolutamente tudo!, abaixo. Uso de pesada maça em cada parede, em cada estrutura, em cada mínima certeza. Zerar para começar com contornos mais bonitos; porque não assumir enfim essa vontade de beleza? Ver consumir em chamas os medos de ter me perdido. E, poxa, Isabela, mais uma vez você se vê lotada de coisas inúteis. Malas abarrotadas de perguntas, explicações, conversas sem fundamento, vaidades. E agora, os ciúmes! Sabem que recentemente aderi à moda, sem nem bem perceber?! Quando notei, me vi metida em trajes meticulosamente ajustados para satisfazer a esse bichinho traiçoeiro.

Ironia grande para aquela que nunca gostou de ciúmes de ninguém.

(...)

Queria valises mais leves, porque meus ombros reclamam de pronto à simples menção de uma aventura mais demorada. Desta vez, como nunca, eu queria partir. Ir para dentro, e ficar lá esperando o próximo inverno. Pernas cruzadas, respirando, em silêncio. E como na imaginação tudo podemos, em meu refúgio meus joelhos não doem e meu telefone não toca. E ninguém, abolutamente ninguém, me pede pressa na hibernação.

(Pqp! Ler isso faz eu notar como eu ando com medo...)

E a cada dia eu me desconheço mais. Reconheço no espelho a mistura que elegi, mas do lado de dentro está tudo um horror. Vontade de me deitar. Um sono que não passa. Uma dor que não diminui...

(...)

(...)

(...)

Sincera e prática como nunca hei de deixar de ser, compreendo com clareza: isso aqui não está mais adiantando. Preciso de ajuda de um profissional.

Pronto; falei!